A cidade de Nobres foi surpreendida pela decisão tomada na noite de 30 de setembro de 2021, durante a reunião ordinária do Legislativo mun...
A cidade de Nobres foi surpreendida pela decisão tomada na
noite de 30 de setembro de 2021, durante a reunião ordinária do Legislativo municipal,
quando os vereadores acataram a sugestão requerida pelo munícipe, empresário
Luiz Carlos Lehnen, de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Sob alegada decisão de solicitar informações sobre gastos da
Secretaria Municipal de Infraestrutura, o documento foi apresentado, lido e
avalizado pela maioria absoluta dos parlamentares que terá um prazo para a
formação da comissão investigativa, embasada no Regimento Interno da Casa.
Ao governo cabe algumas alternativas, sendo a solução
negociada a que mais se aproxima de uma realidade menos dolorida e que pode
evitar o afastamento do prefeito até que se chegue a um denominador comum.
O prefeito Leocir Hanel tem sido criticado pela sua postura
administrativa, onde não aposta em pessoas e mantém um governo hermeticamente
fechado a qualquer negociação com o Parlamento sobre algumas pastas. Além de
que, só pensa em investimento em obras e mantém o congelamento de cargos
comissionados, em que pese ter criado verba indenizatória apenas para o
primeiro escalão.
Nos bastidores, os vereadores costumam dizer que o gestor não
é lá muito de cumprir compromissos assumidos perante os parlamentares. O RGA da
classe trabalhadora foi uma batalha para que o gestor assinasse pelos direitos
adquiridos do funcionalismo, conforme os parlamentares.
Alguns vereadores já se apresentavam inconformados com a
postura do chefe do Executivo em relação a demora para atender a mudança na
Secretaria Municipal de Saúde. E quando foi concretizada, foi uma medida
parcial e que não agradou aos parlamentares.
Um dos maiores problemas nessa relação com o atual colegiado
de parlamentares tem como foco, admitem alguns vereadores, a parceria firmada
com o DEM, principal partido para a conquista da reeleição, e que estaria
relegado a planos secundários.
E ainda há um comportamento discricionário em relação ao
vereador Telúzio Laurindo de quando ainda era funcionário municipal na gestão
anterior. Este, supostamente, um dos casos mais graves e relacionado como um
problema que não deve ser superado tão cedo.
O ponto culminante e porque não dizer vital para o Governo é
a questão dos investimentos (gastos públicos) onde a Secretaria de Obras é o
foco da questão e pode se tornar o olho de um furacão que se avizinha.
A alternativa que se apresenta mais viável pode ser a
nomeação de interlocutor junto aos parlamentares para entabular uma linha de
entendimento onde o prefeito Leocir Hanel terá que dar carta branca a esse
agente para que ouça as reivindicações dos vereadores. Se propuserem mudanças,
que assim seja feito através dessa interlocução. É ceder ou ter que sair. E
sair por 120 ou 180 dias, que seja, é como um adeus prematuro em início de uma
nova gestão de quatro anos.
O embate não interessa aos munícipes, nem aos parlamentares e
muito menos ao prefeito, agora que a vaca está à beira do brejo.
Como um bom “mascate”,
é hora de vender o peixe que tem, antes que ele estrague. Desde que não se
queira a Secretaria de Assistência Social para o DEM, é de se acreditar que
ninguém fugirá ao diálogo.
O vereador Telúzio Laurindo está para o governo assim como
uma alma penada está para o imaginário popular. Não foi para o cemitério
prestar serviço, mas deve ser o tormento do governo, nas noites claras e
naquelas em que a penumbra causa calafrios.
Se fosse só o vereador Telúzio Laurindo, até que o problema
não seria tão grave assim. Mas há um caudal de pessoas insatisfeitas dentro do
governo e com elementos substanciais para causar um abalo considerável na
estrutura governista. O que está feito não tem como mudar e no serviço público, vale o que está
escrito e não aquilo que foi dito.